segunda-feira, 12 de setembro de 2011

"But I set fire to the rain". Nesse momento, acho que essa é a frase inicial perfeita pra mais um post. Venho me perguntando esses dias o que torna cada vida algo único, algo singular.. Inigualável, incomparável e, ainda, indispensável. O que torna o "viver" em si tão intenso, tão inspirador, tão confortante, as vezes tão triste, como a chuva que cai naquela sexta feira à noite.
Engraçado como a gente encontra conforto em um sorriso, em um dia de sol, numa pétala de rosa, num gesto de carinho, num simples olhar em meio à multidão. Engraçado como as coisas simples nos tornam felizes por um curto período de tempo, enquanto o que poderia ser grande nos assusta e, até mesmo, nos deixa tristes, também por breve momento. Esses estados momentâneos acabam por dar forma à toda uma existência, acabam por reger o cotidiano de uma criatura tão complexa que é o ser humano.
São os pequenos momentos, gestos, atos, os acontecimentos mais simplistas e talvez até desimportantes, que nos tornam diferentes uns dos outros, tal qual a diferença entre cada floco de neve. São as experiências vividas, as lágrimas que escorreram mesmo quando tentávamos segurá-las, as decepções em talvez uma palavra, a convivência com outros mundos. Tudo isso nos torna seres ímpares.
De seres ímpares, espera-se que as ações também o sejam, apesar de o comodismo deixar alguns estagnados no mesmo patamar. O que torna o mundo um lugar habitável não é apenas a camada atmosférica, a concentração de gases, a existência de água em certa abundância, o processo de aquecimento e resfriamento.. O que torna o mundo habitável por criaturas não 100% instintivas são as próprias criaturas. Raro é alguém não relacionar-se com outra pessoa. O seres humanos são animais -teoricamente conscientes- que não existem no singular. Não há cidades, casas, nada que não tenham envolvido 2 ou mais pessoas em sua construção, ou manutenção, ou até mesmo como companhia.
O ser humano depende de gente, e as pessoas são imprevisíveis até quando vem a decepção.
Cabe talvez a nós mesmos lidar com isso e parar de esperar algo de uma criatura tão imprevisível quanto nós mesmos.. (:

sexta-feira, 15 de julho de 2011

Percepção Humana

O trem das 11 estava prestes a abandonar a estação, seguir seu rumo por trilhas desconhecidas, lugares nunca dantes visitados, lugares aos quais ninguém dava atenção. De súbito, um olhar profundo era perceptível de dentro da multidão. Um olhar que ia além de qualquer percepção mundana, que ia além de qualquer aparência física, um olhar livre de pré-conceitos. Um olhar que queria ver o mundo tal qual ele é e não como todos queriam que fosse. Um olhar sem barreiras, sem restrições, sem qualquer tipo de fator limitante. Era como se o portador daqueles olhos fosse de outro mundo, um mundo livre da ganância materialista e do egoísmo exacerbado. Um mundo onde, de fato, todo mundo fosse igual a todo mundo, onde todo olhar fosse preenchido com inocência e onde a energia que passa de pessoa pra pessoa fosse percebida e encaminhada com pureza e livre de interesses.

Quisera tal trem perceber esse olhar e percorrer também esse mundo inexistente, pra que todas as pessoas vissem de fato como é ser 'humano', como é saber o que cada um deseja em seu intimo, como é aceitar o próximo tal qual ele é, inteiramente livre de pré-conceitos e cobranças. Quiser tal trem saber da vida de cada passageiro de cada vagão, cada cabine.. Saber dos medos mais ocultos, dos desejos mais escondidos, das vontades mais loucas, das paixões mais ardentes, dos amantes mais secretos.. Saber da intimidade de cada um que precisava daquele trem, de cada pessoa apressada que não reparava no próximo, que não olhava na cara do outro, devido à outras preocupações de maior valor -material-.

Pudera tal trem vencer medos, lavar corações, semear a coragem, relacionar sentimentos, matar tristezas, acabar com as saudades.. Dar uma maior percepção aos seus passageiros. Percepção que o mundo precisa que todo mundo tenha. Uma percepção que anda rareada pelas bandas globais, uma percepção da qual nunca se ouviu falar, uma percepção da qual o ser humana raramente usufrui, percepção humana.

quinta-feira, 17 de fevereiro de 2011

Texto antigo.. mas vale a pena!

Vi, em lágrimas, meu coração indo embora junto ao teu, refugiado da minha esperança, da minha vontade de te ter em meus braços.
Sinto a falta do teu orgulho, da tua fé, do teu olho verde à olhar-me entre beijos e abraços.
Sinto a falta do teu olhar a deixar-me nú. Nú de corpo e alma, perdido a encontrar-me em cada centímetro da tua pele. Falta de, com um olhar, te fazer entender que, enquanto estiver contigo, serei o mais sortudo dos homens.
No lugar onde "ser homem" já não é mais sinônimo de humanidade. Eu só queria te provar que, apesar dos males, ainda vale a pena acreditar em nós, nos nossos laços, nos nossos pesares, nossas falhas. Te fazer perceber que, ainda assim, o homem tem um sentimento que vai além de qualquer coisa carnal. E sim, uso "coisa" no sentido mais subjetivo, amplo e ambíguo possível.
Não desistir de acreditar na vida, no mundo, nas pessoas; por mais que algumas o machuquem, elas sempre terão algo de bom a oferecer. Parte do mais íntimo de cada um encarar o verbo 'viver' de uma maneira ou de outra.
Sinto falta, inclusive, do teu otimismo. Divagar sobre as questões mundanas me faz lembrar do quanto você foi especial.
Mas, tudo não passou de uma ilusão idealizada. Eu só quis ver tudo o que você nunca foi. Só quis manter perto de mim um alguém que não era você e que nunca saberei, se fato, quem foi.
A minha vontade única é seguir em frente e acreditar que tudo vai mudar; ter fé de que eu posso, de fato, acreditar nos outros, na chamada "humanidade" que, atualmente, nada tem de humana.. Ter fé de que, um dia, eu vou te encontrar e te chamar de meu.


Beijos e abraços pra quem leu, ou não, e até a próxima!

terça-feira, 25 de janeiro de 2011

blá.

Talvez o que mais me incomoda seja alguma falta de reciprocidade.
Aquele furacão que vem, te envolve, te deixa exatamente no centro, untouched. Depois, quando vai embora, só não te leva junto porque você já criou raízes naquele lugar. Raízes tão profundas que te colam no chão. Raízes que só servem pra te manter vivo. Você não caminha, você não conversa, você não se sente ali. Tudo o que você faz é ligar o automático e 'passar' pela sua vida, como se ela nem fosse sua. As decisões já nem é você que toma. Elas simplesmente aparecem. Como se escritas por algo, ou alguém, que está no background, te manipulando como se fosse um fantoche.
O que acontece é que você acredita nem precisar fazer nada. Tudo está tão emaranhado dentro de ti que nada é necessário. Não é necessário viver, não é necessário sentir, não é necessário aprender. E, o que você mais acha necessário é aquele sofrimento. Aquela vontade de se apegar na única coisa que te faz sentir vivo: tua dor.
Tua vontade de sufocar cada outro sentimento que atenue essa fina camada que te separa do que você queria. Tua vontade de acabar com qualquer coisa que te faça esquecer da própria solidão; afinal, teu único amigo agora não é ninguém além de você mesmo. E, ainda assim, você se sente traído. Traído por se deixar amar, traído por se deixar sofrer. Você nunca sente prazer completo por nada e nem com nada. Teu único vício é sair, de porta em porta, amando, pedindo por um espaço num lugar onde você não pertence.
Não pertence porque tua raíz, teu princípio, te prende ao chão. Te prende aonde você mais se sente acomodado. Te prende aonde você mais pode acarinhar sua dor. Cortar a raiz dói mais, e cada vez menos você sente que houve algo. O que dói mais ainda é saber que você vai esquecer. Você tenta, se agarra com unhas e dentes em algo que já não existe, em um velho muro, mais parecido com um canyon sem espaço pra escaladas. Quanto mais você tenta subir, mais você se afunda. E quando mais você sobe, menos você vê que o caminho à tua frente te leva a um lugar seguro, um lugar onde a civilização, que antes habitava a ti mesmo, te espera.

É muito mais fácil ver o que queres, não importando as consequências de tuas visões, do que ver o que, de fato, te faz bem.

quarta-feira, 22 de dezembro de 2010

"If you read this line, remember not the hand that wrote it;
Remember only the verse, songmaker's cry, the one without tears;
For I've given this strength and it has become my only strength;
Comforting home, mother's lap, chance for immortality;
Where being wanted became a thrill I never knew;
The sweet piano writing down my life."
Dead Boys Poem, Nightwish, 2000.

segunda-feira, 6 de dezembro de 2010

Menininhozinho!

Tirava minhas forças do por do sol que entrava pela janela do meu quarto sem pedir licença, entrava não só no quarto, como nos olhos inchados do menino que ali estava. Estava sentado há muito tempo, e não sabia o que fazer. Não sabia como conter o que sentia, não sabia como tratar a brisa que brincava insolente com seu rosto embebido em lágrimas. Tudo que tinha de dizer já fora dito, tudo que podia fazer era esperar, esperar por alguém que não viria, esperar por um sonho que morria lentamente.

A luta não mais existia. Não mais instaurava-se no lugar daquele coração antes despedaçado. E era aí que entrava tal por do sol. O sol, inescrupulosamente, entrava por cada poro existente em seu ser. E iluminava cada vontade que um dia ele teve de ter alguém ao lado. Algo como 'isso é a vida', era o que todos lhe diziam. E era, também, justamente o que ele relutava em aceitar. Porque a vida teria de ser daquele jeito? Tudo seria tão mais fácil se o coração fosse tão voluntário quanto o cérebro. Porque ele fora gostar do sol que alguém representava? Dos raios que vinham beijar seus lábios, dos raios que vinham lhe confortar num dia chuvoso em pleno verão? Mas o que mais o intrigava era o porquê de ele se sentir tão seguro perto desse alguém. Todo o medo que o consumia, toda a solidão que o embalava em seus braços sumiam, como se fossem sombras consumidas pela luz.

Porque raios alguém viria representar a luz que ele precisava? Porque diabos alguém estava ali, afinal?

Mas, como sempre, vem a vida toda pomposa, com um olhar de desdém, e lhe responde: ' não há resposta para todos os seus porquês. Apenas um conselho: viva e faça a diferença.

E foi assim que o menino viu-se frente à vida como se tudo fosse especial. Como se cada momento fosse o último, como se cada pessoa fosse a única. Sua alegria e felicidade, apesar de alguns empecilhos, o faziam ser lembrado.

Apesar dos pesares, a vida não foi fácil. Mas o menino lutou, batalhou com unhas e dentes para conseguir o que queria, para se preencher tanto com o abraço que conforta, quanto com a mão que apunhala. Aprendeu que tudo tem um motivo e significado, aprendeu que, com as pedras do caminho, ele muito bem fazer um montinho e subir, tornar-se mais do que tudo aquilo. E, por isso, ele fez, de fato, a diferença, como um dia lembrou-se do conselho da vida. Ele viveu como indigente, como livre, como conselheiro, viveu como se a vida fosse sua velha amiga, como se tudo não passasse de uma boa experiencia, de uma boa oportunidade de ser lembrado. E ele foi lembrado..

Lembrado como aquele que protegia sempre que podia, mas que também sabia ser protegido quando necessário. Lembrado como aquele cuja imensidão de calos e fragmentos foi se desfazendo, dando lugar à um poço de sentimento e doçura, margeado por vontade de ser feliz, e fazer os outros felizes. O menino foi lembrado por um sorriso que ninguém mais tinha, um sorriso que irradiava, como se fosse um raio de sol.

Enfim, acho que já era hora de postar. E eu gostei bastante desse texto que veio agora. Haha. Afinal, só cabe a gente encarar a vida como amiga ou inimiga. Viver ou deixar que os outros vivam pela gente..

É isso aí, galera. Abraços e beijos, até mais!

segunda-feira, 14 de junho de 2010

Long ago!

Caramba, acho que faz muito tempo que eu não passo aqui.. sem inspiração nem pra mim, quanto mais pra escrever alguma coisa sensata! Mas, acho que bateu alguma coisa aqui.. quem sabe?

O que me dá raiva não é esse sentimento preso dentro do peito. O que me dá raiva é saber que ele só está ali porquê eu quero que esteja, porquê cada vez que dói eu te sinto perto de mim, porquê cada vez que meu coração pulsa, eu sinto seu toque na minha pele, seu cheiro perturbando-me os sentidos e o teu beijo.
O vento gélido que passa por mim não é nada além de uma projeção de navalhas, navalhas que cortam minh'alma junto com esse sentimento.
O que mais me incomoda é ter a certeza de que você não vai voltar, de que não vai ser a mesma coisa. Ter a certeza de que eu perdi mais do que um parente, perdi uma metade do meu ser.
Talvez o que eu mais queria agora era ganhar um bom abraço e ter a certeza de que tudo não passou de um pesadelo. Queria tua voz no meu ouvido à dizer ' já acabou, estou aqui agora'. Queria você perto de mim.
Eu não sinto raiva, eu não sinto pesar pelo que aconteceu. Só sinto que eu devia ter pensado mais antes de agir, ter agido com o cérebro, esse músculo que anda agindo mais involuntariamente do que devia.. O coração tomou conta, o que eu sentia me consumiu. Comecei a pensar por dois, comecei a agir por dois. Agora sinto falta desse segundo elemento no meu pensamento..
É nessas horas que a gente sente a diferença entre os pesos de um ato pensado e de um ato impulsivo!
É nessas horas que a gente descobre que, se tivéssemos pensado uma vez sequer, teríamos mantido por muito mais tempo o que estava acontecendo..
Ir devagar nem sempre é um 'movimento retardado'.. o movimento pode ser acelerado, contanto que ambas as partes estejam bem consigo mesmas. Afinal, sentir saudade não é motivo suficiente pra trazer as pessoas que amamos de volta, mas não deixa de ser a prova de que cada minuto do passado valeu a pena.

Sei lá, isso tá bom? uahuahahahahuahuha.
Foi surgindo e eu fui escrevendo.. li de novo, mas só peguei do ponto de vista da linguística... Espero que gostem.. vou me esforçar pra postar mais frequentemente!
Beijos, abraços e até a próxima!